Tuesday, March 31, 2009

Quando a música encontra a literauta e vice-e-versa

O site MOJO BOOKS é um iniciativa bem interessante para quem gosta muito de música e literatura. Lá você pode ler textos relacionados a discos e músicas que fizeram e fazem parte da vida de escritores profissionais, jornalistas, músicos, DJs, amantes da música e fãs de música com um bom conteúdo cultural. A editora trabalha com licenças Creative Commons, que permitem criação coletiva e preservação de direitos autorais. Há também uma seção dedicada aos comic books - discos ou músicas são transformados em quadrinhos.

Eu fiz um texto. Está lá na parte de singles (SLIGHTLY ALL THE TIME - THE SOFT MACHINE).



Sunday, March 29, 2009

Leonard Cohen - A vida só começa depois dos 30

O homem não é um ser apático. Sempre procurar mudar, a renovação é algo presente nas nossas vidas, nunca estagnar é sonho de todos. Quem não acredita vive numa grande mentira.

Leonard Cohen é a prova viva disso. Até metade da década de 60 ele era um escritor de certo renome no Canadá. Dois de seus romances venderam mais de um milhão de exemplares. Contudo, ele sentia que algo deveria mudar. Ele, numa entrevista, falou sobre este desejo de mudança:

“Quando você está escrevendo um romance é necessário ter um local estável, um porto seguro. Você precisa de uma mulher que possa organizar sua vida, ter crianças brincando ao seu redor e saber que terá comida e carinho todo dia. É ótimo ter uma casa limpa e em ordem. Eu tinha tudo isso, mas mesmo assim decidir me tornar um compositor.”
Em 1966 ele se mudou para os EUA. Lá começou sua carreira de músico e compositor. Primeiramente, Cohen cedeu algumas das suas canções para outros artistas e em 1967 ele se arrisca e se apresenta num grande festival de Folk - Newsport Festival. Sua música chama a atenção de John Hammond que o convida para para gravar um disco na Columbia Records.

Neste mesmo ano é lançado o disco "Songs of Leonard Cohen"

O disco é um clássico do Folk-rock. Sua voz analasada, o jeito despojado de atacar os acordes e o seu lirismo exuberante ficam como a sua marca registrada.

Suas letras são de uma beleza desconcertante. Falam de sexo, relacionamentos, espiritualidade, religião, política e poder. Não é exagero algum considerá-lo um dos melhores poetas que a música tenha produzido.

Sobre como escrever canções ele fala:

“Muitas pessoas me questionam se há alguma mística em escrever. Eu acho que a única receita é entrar em contato com o você mesmo ou interessar-se em se conhecer. Muitas pessoas não estão interessados nisso, mas o material que utilizo são meus pensamentos e as paisagens e pinturas que elas podem me fornecer.”

Para ouvir.
Songs of Leonard Cohen

Saturday, March 28, 2009

A notícia não será mais a mesma

Li algumas reportagens que contam que diversos jornais impressos estão fechando as portas e mantendo, apenas, a edição on-line. Não é algo surpreendente, visto que além dos custos para manter um impresso diário, os jornais descobriram que as notícias on-line "duram" mais tempo (com a capacidade de armazenagem digital, as notícias ficam ali a disposição do leitor o tempo que for preciso) e prendem mais a atenção do leitor. Um jornal tem impressão média diária de 100.000 exemplares e pouco mais da metade são vendidos e lidos; enquanto isso, a versão on-line possui uma visualização diária de mais de 1 milhão de pessoas. E, principalmente, a atualização é muito mais rápida e precisa. Não se precisa mais esperar pelo jornal do dia seguinte para sabermos o que aconteceu à noite. A Internet está aí - aconteceu, postou, todo mundo leu.

Update - 29 de março

Não é um problema só dos jornais impressos. Uma das mais influentes revistas sobre música e o mundo pop - Blender - anunciou o fim da versão impressa e demissão de vários funcionários. A revista continuará funcionando apenas no ambiente virtual.

http://adage.com/mediaworks/article?article_id=135539

Thursday, March 26, 2009

Indie bom é indie morto

A termo Indie é muito utilizado atualmente. Manter certa distância do mainstream e estar na boca e ouvido dos descolados deixou de ser o dogma maior do Indie. Isso se parece bem com a nossa política que não se destingue mais quem é direita ou esquerda (tá, há os aliendos socialistas, mas eles não contam). Hoje está tudo tão amalgmado na música, misturado de tal forma, que não se sabe mais o que determinado grupo representa/significa, a que estilo pertence nem mesmo se gostam de música (tem isso também). Com a internet o paradigma da exclusividade e de isolamento do indie foi quebrado. Se formos olhar o que cada pessoa ouve no no seu mp3 player, certamente se encontrará um artista antes tido como desconhecido. Eu fui ver o que uma amiga estava ouvindo e notei que ela ouvia: Elliott Smith - XO. Quem? me digam, quem? Quem que sem a internet ouviria algo assim. A cultura indie com a internet alcançou o sucesso. Talvez, sucesso em partes, mas é sim uma valorização de toda uma "camada de excluídos". Um grupo sueco pode gravar uma música, colocar no myspace, um blog americano posta o site da banda, e você vai e reapssa para seus amigos via Orkut. Impossível? Hoje não. Amém, por isso. E, engraçado, até quem quem é do mainstream quer ser um pouco indie (vide: Caetano Veloso). Com isso a vida segue. O indie chegar as massas é algo bom? Realmente, não sei. Entretanto, eu gosto de ver que tudo que o ouço/ouvia escondido foi descoberto pelas pessoas. Repassar cultura é o bom da coisa. Enquanto pudermos compartilhar os bons sons que nos trazem prazer, eu não me importo se o indie sumir.

Wednesday, March 25, 2009

Mestrado em BEATLES


A Universidade HOPE, Liverpool, abriu inscrições para o mestrado em "The Beatles - música popular e sociedade". O curso aborda as influências do quarteto inglês na música (gravação, tecnologia de som e composições), mudanças comportamentais na sociedade e na economia. Sim, economia, os Beatles forçaram a indústria fonográfica a se reformular e adaptar-se ao novo conceito para a música popular "desenvolvido" pelo grupo ao longo da sua GENIAL, porém curta carreira.

Faça sua inscrição aqui

GOOD NEW NETWORK

A jornalista americana, Geri Weis-Corbley, criou um site de notícias especializado em... BOAS NOTÍCIAS. Pois é, quem não se cansou de ler sobre a crise, violência, tragédias e loucuras do dia-a-dia levante a mão?

Então... Ao invés de notícias ruins, vamos as boas!!

http://www.goodnewsnetwork.org/


Fim dos discos

Pois é... é isso mesmo. Os discos estão por um triz. Os tapes irão suplantar os discos. Segundo a revista Veja é o que vai acontecer (20 de março de 68);


Kevin Ayers

Você conhece a palavra subestimado? Sabe o que é? Bem, isso é o que acontece ao Ayers. Co-fundador do Soft Machine e um dos propagadores do movimento cantebury (estilo musical que condensa: jazz, folk e rock), este músico ao longo da carreira ganhou a admiração da crítica e de outros músicos que a cada novo lançamento se oferecem para participar em alguma canção. Um dos fãs mais famosos é o Brian Eno que tocou guitarra e produziu alguns discos.
Sua carreira musical começou como baixista do "The Wilde Flower", banda seminal do movimento cantebury, este grupo durou 3 anos (64-67). Em 1968, o "wilde flower" se separa e três grupos são formados a partir dele: Gong, Caravan e Soft Machine. Ele junto ao tecladista Mike Ratledge, do guitarrista David Allen e do baterista Robert Wyatt formam o "Soft Machine" (progressivo e jazz-rock). Ele deixa o "soft" em 1969, após uma separação amigável, e se refugia em Ibiza (ESP). Nesta ilha do mediterrâneo ele começa a compor, em companhia de David Allen, as músicas do seu primeiro disco solo "Joy of a toy". (Continua)

O QUE É ROCK PROGRESSIVO?

Existem diversas definições para o ROCK PROGRESSIVO, e todas elas obviamente relacionam-se aos conceitos envolvidos. O estilo se calca em músicas de longa duração, desde os seus quatro minutos até os discos de uma única faixa; utilização e apropriação de elementos de vários estilos não comumente associados ao rock: a música folclórica (do país da banda em questão), o jazz, a música erudita (incluindo aí o clássico, o barroco, o medieval...). o blues, etc; uma maior complexidade das composições, tanto em termos de melodia quanto de arranjos e ritmo, em comparação ao que normalmente se entende por Rock. Uma busca pela experimentação e por sons exóticos, daí a importância dos teclados e sintetizadores para o estilo; uma variedade de ritmos e tonalidades dentro de uma mesma composição, gerando a tal impressão de música "difícil e/ou pretensiosa" e o rompimento com o caráter essencialmente "popular" do formato rock.

Apoiado em seu egocentrismo e estética rocambolesca, pois os grupos deste estilo focam o lado da coesão na construção harmônica instrumental e, conseqüentemente, no talento dos músicos. As letras desempenham um papel importante: com um tema pré-concebido para a música que é detalhado/desenvolvido através de uma melodia, muitas vezes, complexa. A parte composicional é extremamente bem trabalhada, as divisões harmônicas são feitas para que capte o clima proposto pelo conceito da música e, como isso, consiga prender à atenção do ouvinte.


Sunday, March 22, 2009

Rock argentino

Como em quase todo o mundo, o rock argentino teve seu inicio entre o fim da década de 50 e início da década de 60. Os ecos do rock americano (Elvis, Chuck Berry, entre outros...) e o início da era beatlemaníaca, surgida na Inglaterra, contagiavam a juventude argentina. Com isso vários grupos de rock foram surgindo no país e, principalmente, na capital, Buenos Aires, criando músicas e formando uma cena rock germinal. Em 1964 acontece o grande marco – o grupo "Los Beatnicks" lança seu primeiro compacto. A música "Rebelde" se torna o primeiro rock argentino veiculado em rádios de todo o país. Com a ruptura da cultura tango/bolero nas rádios, principal instrumento de comunicação as massas, mais bandas foram surgindo e chamando à atenção das gravadoras. Em 1968, o grupo "Los Gatos" conquista a população com o disco "Abuelos de La nada" e são a primeira banda de rock argentina a fazer sucesso por todo país. Depois do sucesso do "Los Gatos" a indústria fonográfica argentina passa a produzir e lançar novos grupos.

A década de 70 chegou e com ela os piores momentos da história argentina. O rock se consolidava como a voz da juventude argentina - De fácil assimilação, pela linguagem pop, com a introdução de conteúdo político nas letras, o rock argentino foi utilizado como bandeira de luta contra o regime ditatorial que lançou sobre o país uma sombra de medo e, infelizmente, de muitas mortes. Como em toda a América do sul, um regime militar totalitário instaurou em todo o país um período ditatorial traumático regado com o sangue de milhares de pessoas. Por todo país vários grupos surgiam e expunham seu descontentamento contra o governo através de "letras protesto". Nesta década surgem os dois maiores representantes do rock argentino: Charly Garcia e Luís Alberto Spinetta. Dois estudantes da universidade de Buenos Aires que com o talento musical musicaram o sofrimento, o medo e a loucura que cercavam a juventude argetina. Os grupos mais representativos desta época foram: Vox Dei, La maquina de Hacer pajaros, Invisible, Almendra, Seru Giran, Sui Generis e Crucis.

    Com o fim da ditadura e com recessão econômica batendo a porta, a população jovem argentina desacreditada com o país tinham na música, no caso o rock, algo que catalisava toda a angústia e o desejo por mudança. E, com isso, as bandas mais engajadas em destrinchar a crise social e econômica foram alçadas ao posto de porta-voz da geração. Grupos como Sumo, Divididos, los fabulosos cadillacs, Soda Stereo, La renga, e Pappo's Blues foram as mais importantes nas décadas de 80/90.

    Um novo século chegou e com ele novos grupos surgiram emulando as novas tendências européias/americanas. No entanto, todos os grupos que surgem tentam adicionar a sua mistura um pouco do caldo cultural platino. Pode se ouvir de tudo no rock argentino desde um pop mais dançante (Miranda), um rock com tendências progressivas (Pez), um Power-pop melodioso (Los redondos), o punk que usa músicas do "Rei" Roberto Carlos (Ataque 77), entre outros.

Saturday, March 21, 2009

RADIOHEAD??? Los Hermanos

Que nada. Bom mesmo é KRAFTWERK



AH, outra coisa, não deixem de ler o comentário do Mestre Foratieri sobre o assunto

"Os robôs que tocarão os teclados de “Robots” no show do Kraftwerk têm mais sangue nas veias que Los Hermanos."

Thursday, March 19, 2009

Música fast-food


A globalização, as novas tecnologias, novas mídias e a internet democratizaram de forma brutal a música. Isso é ótimo, hoje podemos ouvir músicas feitas em todos os lugares do mundo. No entanto, o que ocorre é uma espécie de movimento xenófobo musical. O que vemos/ouvimos são movimentos artísticos vindos das periferias de todo o Brasil produzindo um produto cultural de fácil assimilação e reprodução. No NE temos as bandas de forró modernoso, no norte o calypso, no sul/oeste os grupos sertanejos e sudeste o samba-funk reina. A tecnologia serve para fortalecer as cenas destes estilos musicais, a gravação/mixagem musical ficou mais simplificada com o lançamento de computadores de mesa cada vez mais potentes, equipados com placas de som e programas de gravação que tornaram todo o processo muito mais prático, ágil e com muito menos custos. Há, também, uma espécie de auto-pirataria que distribui os novos hits destes grupos, durante os shows há bancas de cds/DVDs que além de comercializarem as gravações de estúdio, também vendem shows anteriores. No entanto o lucro vem mesmo dos shows – Algumas bandas fazem uma média de 25 shows por mês. E este tipo de produto artístico antes restringido a guetos, hoje se espalha de forma avassaladora por todo o país.

A tecnologia fomentou novos mercados para estes grupos (um grupo de forró do Ceará passa três meses em São Paulo fazendo show sem ter uma música sua tocando nas rádios). A produção, distribuição e consumo das obras artísticas se tornam mais baratas todos os dias. A contradição que a tecnologia nos traz é estranha, a população procura consumir um produto barato e que está próximo de sua realidade social. Até aí, tudo bem, no entanto um grupo do outro lado do mundo produz um trabalho hoje e imediatamente podem saber se o que se produziu tem qualidade. Tudo está à mostra, o que há de errado em entregar os ouvidos ao mundo? Temos de nos contentar ao que nos é empurrado. Uma cultura de massa atual, no que tange a música, não procura ser um movimento artístico apenas, mas um novo mecanismo de comercialização de idéias, comportamentos e atitudes.

O filosofo Alemão Theodor W. Adorno (1903-1969) escreveu que a coerência do desenvolvimento da música popular está em contradição com as necessidades que se esperam dela e que ao mesmo tempo satisfazem a população como um todo. O caráter social da música, segundo Adorno, foi excluído do processo criativo. O mais importante é entregar a música ao ouvinte sem se importar com o conteúdo em si, a música serve apenas como escapismo ou para o deleite do ser humano que procura fugir da amargura diária.

Como produto cultural, a música nos dias de hoje recebe um prazo de validade. A temporalidade da música deve-se ao processo canibalismo artístico-musical que impõe que toda produção seja semelhante, ao se ligar o rádio não se reconhece mais quem é o artista que está tocando. A fabricação em massa do produto "música" tornou a obra artística numa espécie de fast-food cultural – barata e de fácil absorção. A reprodução sonora engana o consumidor e o torna cada vez menos crítico em relação ao caráter social da arte. Com isso, não há a auto-reflexão sobre o consumo e a libertação da música como fator de mudança social e gerador de conhecimento. O caráter libertário ou filosófico da música não deve ser subjugado ou relegado ao ambiente acadêmico. Faz-se necessário induzir o indivíduo a questionar-se sobre seu papel na sociedade e para que também valorize a arte que surge entre as camadas mais populares, sim, mas que esta forma artística também possa representar a resistência, denúncia ou servir de crônica social. No entanto, deve-se ter o cuidado para que a manifestação artística não seja integrada pelo interesse econômico. A música não pode ser um produto de consumo rápido. Ela como toda forma artística deve carregar em si a atemporalidade, deve ser etérea e transmitir ao indivíduo uma realidade mais ampla que o capacita a reflexão e a geração conhecimento.


Ouvindo: KOENJIHYAKKEI 2 (ni) - JAPÃO

Organizando idéias

Organizando e planejando.

Voltarei em breve

Wednesday, March 18, 2009

Comeback!!! Retorno!!!!

Não sei. Bem, o retorno não é algo planejado - nem deveria ser , nada na vida é - no entanto, um desejo de escrever, de expor idéias e des/contentamentos surgiu; eu sinto que devo fazer um feedback das informações que recebo ao longo dos dias.

Parafraseando a canção

"Eu voltei!!!! Agora prá ficar. Porque postar no blog é o meu lugar"