Monday, December 07, 2009

CONTEMPLANDO A NATUREZA COM A ALMA

Trilha Ecológica é utilizada como instrumento de inclusão para deficientes visuais do RN

SUPERAÇÃO, essa é a palavra que define o dia a dia do deficiente visual. Ainda mais num país aonde a acessibilidade ainda não chega nem perto do aceitável, a vida de um deficiente visual, ou qualquer outro portador de deficiência ou mental, é um verdadeiro martírio. Pensando em ajudar os deficientes visuais nessa batalha do cotidiano, alunos e professores da UFRN participam do Programa de Combate e Prevenção do Estresse Direcionado aos Deficientes Visuais: Planejando e Construindo Trilhas Ecológicas para Cegos. Projeto de extensão coordenado pelo Prof. Pitágoras José Bindé em comuna com os alunos da Universidade Federal.

O Projeto visa combater e prevenir o estresse através de uma atividade físico-mental, trabalhando com os integrantes do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do Rio Grande do IERC/RN uma maneira de fomentar a individualização do aprendizado; estimular a concretização da tarefa; proporcionar um ensino unificado que tende a contextualizar o conhecimento em sua totalidade, bem como oferecer uma estimulação adicional aos cegos e o desenvolvimento de auto-atividades.

Sem fins lucrativos, o IERC é uma instituição reconhecida de utilidade pública municipal, estadual e federal, tendo seu registro no Conselho Nacional de Assistência Social. A partir de um trabalho multidisciplinar que abarcou as áreas de Educação Física, Psicologia e Comunicação foi desenvolvido uma primeira versão de um projeto de trilhas ecológicas para deficientes visuais com o objetivo principal de proporcionar aos participantes desta atividade o combate e prevenção do estresse através de uma atividade físico-mental

Cerca de 50 participantes organizaram um trekking, no dia 27 de novembro, partindo do Clube Jiqui até a Chácara Renascer. O Trekking também é conhecido como Enduro de Regularidade que consiste em uma trilha pré-estabelecida por uma organização onde os integrantes das equipes recebem uma planilha contendo os trechos a serem seguidos, suas velocidades e distâncias. A velocidade média se encontra em metros por minuto e a distância em metros. As atividades iniciaram-se com uma pequena atividade de alongamento, depois os participantes foram divididos em equipes onde houve uma fundamentação sobre o tema estresse. As atividades continuaram com um cabo de guerra entre as equipes no rio e ocorreu também a Troca de guias – quando cegos passaram a guiar os não-cegos. Logo após ocorreu uma palestra nutricional e algumas atividade físico-cognitivas com os participantes. Ao fim, aconteceu um churrasco de confraternização de todos que participaram do evento na chácara Renascer.


Texto publicado para obtenção de nota na disciplina de psicologia da comunicação


MARKSUEL DE OLIVEIRA FIGUEREDO
JALMIR ADALBERTO BARROS DE OLIVEIRA
LUCAS MATTHAUS ARAUJO LEANDRO

Um filme, um disco e um livro

Filme - 500 dias com ela


Resumo: Amor sem pieguice, The Smiths e Zooey Deschanel

Disco - Neutral Milk Hotel - In the Aeroplane Over the Sea


Resumo: Folk, fuzz, indie e melodias pegajosas

Livro - Alta Fidelidade - Nick Hornby



Resumo: O sonho de todo homem: música, mulher e assuntos aleatórios - não necessariamente nesta ordem.

Thursday, December 03, 2009

Natal e o complexo de Narciso

A lenda de grega de Narciso narra a história de um jovem com grande beleza – comparável aos deuses -, no entanto, a sua beleza o levou a ruína. O jovem morre por ficar embevecido com sua imagem refletida nas águas de um rio. O psicanalista Sigmund Freud, em seus estudos da psique humana, descreve que o ato de contemplar demasiadamente a própria beleza e de alimentar uma extremada defesa do ego é chamado de narcisismo. No entanto, o que Natal tem a ver com isso? O complexo de Narciso é algo inato a população da cidade. Talvez seja algo genético, talvez a água com nitrato da companhia de água e esgotos, talvez seja o clima – melhor ar da América latina -, não sei realmente o que é, mas é algo risível e, mesmo triste, ver as pessoas de Natal orgulhosas com as suas pequenezas. Estas pessoas amam defender a sua inanição intelectual.


Um dos mais famosos lemas socráticos conta: "Conhece-te a ti mesmo". Tomando por base a tarefa de descrever o "bairrismo na população natalense", eu fui atrás de depoimentos que me dessem essa certeza: somos totalmente ignorantes em relação a nossa ignorância.


Primeiramente, comecei estudando a célula-base da sociedade – a família. Não precisei pesquisar muito. Meus pais já me deram respostas suficientes. Só fazem compras de gêneros alimentícios em estabelecimentos gerenciados por "pessoas da terra". Ambos são funcionários públicos, sempre defendem os políticos locais, pois sem eles, os políticos, o emprego dos dois não existiria. Somente se informam através dos telejornais locais, e sempre se manifestam contra a vinda de empresas estrangeiras ou de outros estados para Natal.


Sempre me incomodou a obrigação de "louvar ou saudar" os frutos da terra. Culturalmente falando, qual a grande manifestação cultural natalense? Falácias. Sim, mas se houver algo que atinja relativamente grande parte da nossa população, então que o que escrevi caia no esquecimento. Não tenho a pachorra de afirmar que Natal é uma cidade pobre culturalmente falando. E isso é tão importante quanto às questões de saúde e educação; a cultura é um mecanismo de libertação e criação de análise crítica da sociedade.


Como aluno do curso de jornalismo, eu me sinto incomodado pelo nível de boçalidade que alguns membros da turma demonstram. Isso é reflexo das relações sociais que estabelecem ao longo da vida. Somos pessoas medíocres (eu incluso) narcisistas. Amamos nossa pobreza intelectual. Assim, algo se fortalece em meio a isso – um establishment de mediocridade plena. Forma-se uma massa incorruptível e impossível de escapar. Quem não se adéqua ao establishment fica alijado e longe de tudo. Conversa de perdedor? Talvez, mas é isso que a choldra medíocre nos força a crer.


Defender os próprios interesses não é errado. Elogiar e prestigiar a cultura, a política e economia não é algo errado - quando for necessário. Mas será necessário alimentar um sentimento ufanista e, ao mesmo tempo, alienador? Será necessário este separatismo regional que impomos a nossa realidade? Saiamos da zona de conforto. Que rompemos com a bolha de mediocridade falaciosa que nos cerca. Estamos numa realidade em que a informação é o bem mais importante e mais valioso. Este é um novo mundo totalmente conectado e liberto das amarras da ignorância.


Sonho com uma nova realidade para nós, natalenses. Um dia não mais seguiremos as normas cabais da frivolidade; não mais concordaremos com os políticos e suas famigeradas promessas televisionadas; não mais louvaremos o que achamos ruim, temos de ter um senso crítico mais verdadeiro; não mais concordaremos com alguém que esteja errado, apenas para defender nossos interesses. Por fim, que sejamos mais responsáveis por nossas vidas.