Tuesday, April 28, 2009

Pez - Para las almas sensibles (2006)


A maioria dos discos ao vivo se justificam por cláusulas contratuais ou pela falta de dinheiro. Fato. No entanto, para tudo existe um exceção. E o Pez é uma exceção. Quando lançou o disco duplo "Para las almas sensibles" a banda saiu da casca do anonimato, mesmo com 10 anos de existência e com o vocalista/guitarrista, Ariel Minimal, participando de um dos maiores grupos argentinos à época (Los Fabullosos Cadillacs), o Pez era uma banda menor, o patinho feio do rock argentino, mesmo com os discos muito elogiados pela crítica. Mas em 2006 isso acabou. O patinho feio virou cisne (com o perdão do clichê).

A banda conta com excelentes músicos, Ariel minimal é um verdadeiro guitar-hero, ele é seguidor de outro mestre das seis cordas argentino, Norberto Napolitano (mais conhecido como "Pappo". Morto em 2005). Na cozinha (baixo e bateria) Fósforo e Franco Salvador fazem um ótimo trabalho lembrando duplas como Paice-Glover e John Paul Jones-Bonzo no quesito coesão e dinamismo; nas teclas Pepo Limeres emula com seu Hammond a aura hard-rock setentista.

As letras do grupo são de beleza ímpar. A grande parte das canções foram escritas pelo Minimal. Um leitor voraz de Camus, Orwell, Sartre e Borges. Ele canta a existência e o niilismo, expurgando toda a repressão da alma, para expor através de sua poesia um sentimento filósofico contemplador da vida, do tempo e das relações pessoais.

O disco abarca toda a carreira do grupo passando pelo rock cheio de riffs, rápido e urgente do início de carreira, cruza o experimentalismo, a psicodelia e a bossa-nova presentes no disco "el sol detrás del sol" (2002) e chega ao folk com letras existenciais e cheias de melancolia de "hoy" (2006). Soma-se a isso um pouco de Jazz, Hard-rock e rock progressivo de "Fragilinvencible" (2000). Tudo isso forma um registro que é pesado, singelo, atordoante, belo, melancólico... mas , acima de tudo, é um disco em que os músicos e a platéia se entregam de corpo de alma ao espetáculo da música.

Eu sempre achei que dos anos 90 para cá o rock argentino é bem superior ao tupiniquim. E o "para las almas sensibles" é a constatação disso.

PARA LAS ALMAS SENSIBLES

Para todos los que sufren, para los que no pueden dormir
Para los que están tan solos que no saben donde ir
Para los que sienten miedo, los esclavos del terror
Para los que noche a noche se arrodillan y encomiendan a algún dios
No señor! El infierno ése del que hablás vos
No es peor que esta falta de amor
Y las sombras en la calle se agigantan
construyendo una noche más larga
Para los que están perdidos y ya no pueden volver
Para todos mis amigos y para los que no me pueden ver
Para los hijos de puta que nos niegan la verdad
Para las almas sensibles de esta pálida ciudad
No señor! El infierno ése del que hablás vos
No es peor que esta falta de amor
Y las sombras en la calle se agigantan
construyendo una noche más larga
Y que nadie me diga que no entiende lo que estoy diciendo
que nadie me diga que no ve que nos estamos yendo
que nadie me diga que ya no me quiere más

Para ouvir: Disco 1 e Disco 2

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2 comments:

Cleo Lima said...

baixei... vamos ver se presta...

Demitido said...

¬¬